terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Chato.

Hoje resolvi postar uma Crônica de Léo saballa.
Nada mais torturante que encontrar um chato num momento de pressa. Por mais que você tente disfarçar fingindo que não o vê, ele se encarrega de atrair a sua atenção e a todos que estão num raio de 500 metros. Afinal, chato que é chato tem que se fazer notar e ele usa você para isso. Grita seu nome, depois sobrenome e, se você insistir em ignorá-lo, acaba pronunciando aquele apelido da adolescência que você não tem o menor interesse em lembrar.
__Alem de vampirizar o seu escasso tempo, o chato torra a paciência de qualquer um com histórias intermináveis. Observe que o chato cospe quando fala e fala muito alto. Parece um desocupado que possui todo tempo do mundo para gastar conversando com você. Livrar-se rapidamente de um chato é uma tarefa quase impossível. Mesmo que você concorde com tudo o que ele disser ou ficar em profundo silencio, o chato sempre encontra uma maneira de polemizar a conversa. Por ser uma espécie pegajosa, nunca deixe que ele segure seu braço. Pode ser pior que algema.
__O chato é inimigo da síntese e amante dos detalhes. Se você permitir, ele é capaz de ficar horas revelando as travessuras do cachorrinho da família ou então enumerar todas as doenças que contraiu nos últimos anos, com os respectivos sintomas. Geralmente, o chato simula uma intimidade que não existe. É capaz de abraça-lo ruidosamente ( Com tapas nas costas) como se fossem velhos amigos, embora você nem lembre o nome dele. Bebe do seu copo, passa a mão na sua barriga lembrando o quanto você engordou, conta piadas que todo mundo já conhece e fala sem parar. Mas não basta ouvi-lo. O chato quer que você olhe nos olhos dele, o tempo todo, de preferência sem piscar, mesmo quando ele gesticula bruscamente, quase acertando bofetadas no seu rosto.
__O chato pode estar a espreita em qualquer esquina, na fila de banco, dentro do ónibus ou em alguma festa. Ele sabe que você vai tentar se livrar dele o mais rápido possível usando técnicas como fingir que atende o celular e olhar constantemente para o relógio. Mas isso não basta.
Para enfrenta-lo, só existe uma arma: Procure ser mais chato que ele. Esqueça os compromissos e infernize a paciência dele. Se você sobreviver, ele vai dizer para todo mundo: Que sujeito mais chato!

Muito boa essa cronica do: Léo Saballa.

Nathaly Lemos

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